sábado, 11 de agosto de 2012

Normas e Orientações para a Celebração do Mistério Eucarístico -


A Instrução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário, publicada pela CNBB, é o texto oficial que contém todas as normas e orientações para a celebração do mistério eucarístico. As orações, leituras bíblicas, o Prefácio e as Orações Eucarísticas, os diversos ritos e funções de cada ministro, também a música e o canto litúrgico, assim como o espaço celebrativo, enfim tudo o que diz respeito aos elementos que fazem parte da Celebração Eucarística, a maneira como as comunidades cristãs celebram a Eucaristia, está ali contido. O Documento nos diz “como” e “porquê” celebramos, “o que” e “para que” celebramos. A finalidade é sempre favorecer a participação plena e frutuosa do povo de Deus na Eucaristia, porque é toda a comunidade que celebra o Mistério de Cristo.
Tais orientações, por sua vez, se baseiam no Missal Romano, usado na Igreja de rito romano, que a partir do Concílio Vaticano II promoveu profunda renovação litúrgica, reconhecendo que na Liturgia há uma parte imutável, de divina instituição, e outra flexível, que pode e deve mudar, adaptando-se aos tempos e locais, às diversas culturas e necessidades pastorais, para melhor se compreender e viver o mistério celebrado. A Instrução Geral é, de fato, o melhor Manual sobre o mistério eucarístico e o modo de celebrá-lo. Ela nos faz compreender a Missa em sua dimensão celebrativa do Mistério Pascal de Jesus Cristo e da Igreja, como memorial de ação de graças e como Ceia do Senhor. É uma riqueza, porque trata da Eucaristia em seu aspecto teológico, litúrgico, espiritual e pastoral, sendo um verdadeiro diretório teológico-pastoral. E é também garantia de unidade litúrgica, em meio a tanta diversidade de línguas e usos, costumes e tradições, povos e culturas.
São dois os livros principais que fazem parte do Missal Romano: o Missal ou Livro do altar, que contém as orações e os cantos que a comunidade dirige a Deus ao longo do ano litúrgico; o chamado “Ordinário da Missa”, as Orações Eucarísticas, enfim as normas para a correta celebração, além de possibilidades de mudanças e adaptações, sendo o livro principal da nossa celebração cristã. E o Lecionário, onde estão distribuídas e ordenadas as leituras bíblicas que se proclamam na Missa, em 4 volumes: o Lecionário dominical e festivo, que compreende as leituras dos três ciclos: A, B, e C, dos domingos e solenidades, para que sejam lidas “dentro de um período determinado de anos as partes mais importantes da Sagrada Escritura” (SC- Sacrosanctum Concilium, nr. 51); o Lecionário ferial, para os dias da semana; o Lecionário santoral, para as missas de santos; e o Lecionário para as missas votivas, rituais, quando na Missa se insere a celebração de algum sacramento ou rito (Batismo, Confirmação, profissão religiosa, exéquias, etc).
Entre as versões do Missal Romano, de grande auxílio, indispensáveis para as comunidades, citamos as três abaixo, que de certa forma se completam:
a) Instrução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário – Brasília, Edições CNBB, 2008 – 2ª edição, 2009 – TEXTO OFICIAL;
b) Instrução Geral sobre o Missal Romano – Terceira Edição – Comentário de J. Aldazábal – Edições Paulinas – 2ª edição, São Paulo, 2009;
c) Instrução Geral sobre o Missal Romano – Apresentação de Frei Alberto Beckäuser, Editora Vozes – Petrópolis, 2004.
O Proêmio, espécie de Prefácio ao Missal da Igreja, consta de 15 importantes itens, dos quais citamos o primeiro, que justifica os demais: “Quando ia celebrar com seus discípulos a ceia pascal, onde instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue, o Cristo Senhor mandou preparar uma sala ampla e mobiliada. (Lc 22,12). A Igreja sempre julgou dirigida a si esta ordem, estabelecendo como preparar as pessoas, os lugares, os ritos e os textos para a celebração da Santíssima Eucaristia. Assim, as normas atuais, prescritas segundo determinação do Concílio Vaticano II, e o Novo Missal, que a partir de agora será usado na Igreja de Rito romano para a celebração da Missa, são provas da solicitude da Igreja, manifestando sua fé e amor imutáveis para com o supremo mistério eucarístico, e testemunhando uma contínua e ininterrupta tradição, ainda que algumas novidades sejam introduzidas.”
Aldazábal chama a atenção para algumas atitudes ressaltadas na nova edição do Missal: a importância do silêncio, o respeito ao sagrado, a questão da beleza e “nobre simplicidade” na celebração, o equilíbrio e a moderação nos vários momentos celebrativos, a flexibilidade e adaptação, “contanto que tudo corresponda, devidamente, ao uso a que se destinam”.
Os presbíteros, diáconos, equipes de Liturgia e de Canto, e de modo geral os agentes de pastoral da comunidade, devem ter esses Documentos, conhecer, acolher, assimilar e colocar em prática tais orientações, pois, segundo Aldazábal, “o exterior, o modo de celebrar, expressa e alimenta nossa atitude interior de fé nos diversos momentos da celebração, e ajuda-nos a celebrar com espírito eclesial.”

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