
ALFAIAS
É o nome que se dá ao conjunto dos objetos
litúrgicos usados nas celebrações. "Com especial zelo a Igreja cuidou que
as sagradas alfaias servissem digna e belamente ao decoro do culto, admitindo
aquelas mudanças ou na matéria, ou na forma, ou na ornamentação que o progresso
da técnica da arte trouxe no decorrer dos tempos" (SC 122c). Portanto,
templo, altar, sacrário, imagens, livros litúrgicos, vestes e paramentos, e
todos os objetos devem manifestar a dignidade do culto, que, como expressão
viva de fé, identifica-se com a natureza de Deus, a quem o povo, congregado
pelo Filho e na luz do Espírito Santo, adora "em espírito e verdade".
LIVROS
LITÚRGICOS
§
MISSAL - Livro usado
pelo sacerdote na celebração eucarística.
§
LECIONÁRIO -
Livro que contém as leituras para a celebração. São três:
-
I - Lecionário dominical
- Contém as leituras dos domingos e de algumas solenidades e festas.
-
II - Lecionário semanal
- Contém as leituras dos dias de semana. A primeira leitura e o salmo
responsorial estão classificados por ano par e ímpar. O evangelho é sempre o
mesmo para os dois anos.
-
III - Lecionário santoral
- Contém as leituras para as celebrações dos santos. Nele também constam as
leituras para uso na administração de sacramentos e para diversas
circunstâncias.
§
EVANGELIÁRIO
- É o livro que contém o texto do evangelho para as celebrações dominicais e
para as grandes solenidades.
§
ALTAR - Mesa fixa,
podendo também ser móvel, destinada à celebração eucarística. É o espaço mais
importante da Igreja. Lugar onde se renova o sacrifício redentor de Cristo.
§
AMBÃO - Chama-se
também Mesa da Palavra. É a estante de onde se proclama a palavra de Deus. Não
deve ser confundida com a estante do comentador e do animador do canto. Esta
não deve ter o mesmo destaque do ambão.
§
CREDÊNCIA
- Pequena mesa onde se colocam os objetos litúrgicos, que serão utilizados na
celebração. Geralmente, fica próxima do altar.
§
PRESBITÉRIO
- espaço ao redor do altar, geralmente um pouco mais elevado, onde se realizam
os principais ritos sagrados.
§
NAVE DA IGREJA
- Espaço do templo reservado aos fiéis.
§
SACRÁRIO -
Chama-se também Tabernáculo. É uma pequena urna onde são guardadas as
partículas consagradas e o Santíssimo Sacramento. Recomenda-se que fique num
lugar apropriado, com dignidade, geralmente numa capela lateral.
§
PÚLPITO - Lugar nas
igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje, praticamente não é
mais usado.
§
BATISTÉRIO –
lugar reservado para a celebração do batismo. Em substituição ao verdadeiro
batistério, usa-se a pia batismal.
§
SACRISTIA –
sala anexa à igreja onde se guardam as vestes dos ministros e os objetos
destinados às celebrações; é também o lugar onde os ministros se paramentam.
OBJETOS LITÚRGICOS
§
CORPORAL
- Tecido em forma quadrangular sobre o qual se coloca o cálice com o vinho e a
patena com o pão.
§
MANUSTÉRGIO
- Toalha com que o sacerdote enxuga as mãos no rito do Lavabo. Em tamanho
menor, é usada pelos ministros da Eucaristia, para enxugarem os dedos.
§
PALA - Cartão
quadrado, revestido de pano, para cobrir a patena e o cálice.
§
SANGUINHO
- Chamado também purificatório. É um tecido retangular, com o qual o sacerdote,
depois da comunhão, seca o cálice e, se for preciso, a boca e os dedos.
§
VÉU DE ÂMBULA
- Pequeno tecido, branco, que cobre a âmbula, quando esta contém partículas
consagradas. É recomendado o seu uso, dado o seu forte simbolismo. O véu vela
(esconde) algo precioso, ao mesmo tempo que revela (mostra) possuir e trazer
tal tesouro
§
ÂMBULA,
CIBÓRIO OU PÍXIDE - É um recipiente para a conservação e distribuição
das hóstias aos fiéis.
§
CÁLICE
- Recipiente onde se consagra o vinho durante a missa.
§
CALDEIRINHA - pequena vasilha,
onde se coloca água benta para a aspersão.
§
ASPERSÓRIO
- é um pequeno instrumento com o qual se joga água benta sobre o povo ou sobre
objetos.
§
CASTIÇAL -
Utensílio que se usa para suporte de uma vela.
§
CANDELABRO
- Grande castiçal, com várias ramificações, a cada uma das quais corresponde um
foco de luz.
§
PATENA - Pequeno
prato, geralmente de metal, para conter a hóstia durante a celebração da missa.
§
BACIA E JARRA
- Em tamanho pequeno, contendo a jarra a água, para o rito do
"Lavabo", na preparação e apresentações dos dons.
§
CÍRIO PASCAL
- Vela grande, que é benzida solenemente na Vigília Pascal do Sábado Santo e
que permanece nas celebrações até o Domingo de Pentecostes. Acende-se também
nas celebrações do Batismo.
§
CRUZ - Não só a
cruz processional, isto é, a que guia a procissão de entrada, mas também uma
cruz menor, que pode ficar sobre o altar.
§
VELAS - As velas
comuns, porém de bom gosto, que se colocam no altar, geralmente em número de
duas, em dois castiçais.
§
OSTENSÓRIO
- Objeto que serve para expor a hóstia consagrada, para adoração dos fiéis e
para dar a bênção eucarística.
§
CUSTÓDIA
- Parte central do Ostensório, onde se coloca a hóstia consagrada para
exposição do Santíssimo. É parte fixa do Ostensório.
§
LUNETA - Peça
circular do Ostensório, onde se coloca a hóstia consagrada, para a exposição do
Santíssimo. É peça móvel.
§
GALHETAS
- São dois recipientes para a colocação da água e do vinho, para a celebração
da missa
§
HÓSTIA - Pão não
fermentado (ázimo), usado na celebração eucarística. Aqui se entende a hóstia
maior. É comum a forma circular.
§
PARTÍCULA
- O mesmo que hóstia, porém em tamanho pequeno e destinada geralmente `à
comunhão dos fiéis.
§
RESERVA EUCARÍSTICA
- Nome que se dá às partículas consagradas, guardadas no sacrário e destinadas
sobretudo aos doentes e à adoração dos fiéis, em visita ao Santíssimo. Devem
ser consumidas na missa seguinte.
§
INCENSO - É uma resina
aromática, extraída de várias plantas, usada sobre brasas, nas celebrações
solenes (Ver também a referência do nº 66).
§
NAVETA
- Pequeno vaso onde se transporta o incenso nas celebrações litúrgicas.
§
TECA - Pequeno
estojo, geralmente de metal, onde se leva a Eucaristia para os doentes. Usa-se
também, em tamanho maior, na celebração eucarística, para conter as partículas.
§
TURÍBULO
- Vaso utilizado nas incensações durante a celebração. Nele se colocam brasas e
o incenso.
OUTROS SÍMBOLOS
§
IHS
- Iniciais das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significam: Jesus
Salvador dos homens. Empregam-se sempre em paramentos litúrgicos, em portas de
sacrário e nas hóstias.
§
ALFA
E ÔMEGA - Primeira e última
letra do alfabeto grego. No Cristianismo aplicam-se a Cristo, princípio
e fim de todas as coisas.
§
TRIÂNGULO
- Com seus três ângulos iguais (equilátero), o triângulo simboliza a Santíssima
Trindade. É um símbolo não muito conhecido pelo nosso povo.
§
INRI
- São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaerum, que querem
dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandadas colocar por Pilatos na
crucifixão de Jesus (Cf. Jo 19,19).
§
XP
- Estas letras, do alfabeto grego, correspondem em português a C e R. Unidas,
formam as iniciais da palavra CRISTÓS (Cristo). Esta significação simbólica é,
porém, ignorada por muitos.
VESTES LITÚRGICAS
São elas:
§
ALVA
ou TÚNICA - veste longa, de cor branca ou neutra, comum aos ministros de
qualquer grau.
§
AMITO - Pano que o
ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes litúrgicas (pouco
usado).
§
CASULA - Veste
própria do sacerdote que preside a celebração. Espécie de manto que se veste
sobre a alva e a estola. Acompanha a cor litúrgica do dia.
§
ESTOLA - Veste
litúrgica dos ministros ordenados. O bispo e o presbítero a colocam sobre os
ombros de modo que caia pela frente em forma de duas tiras, acompanhando o
comprimento da alva ou túnica. Os diáconos também a usam, porém a tiracolo,
sobre o ombro esquerdo, pendendo-a do lado direito.
§
CAPA PLUVIAL
- Capa longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimo ou ao
conduzi-lo nas procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembléia.
§
CÍNGULO
- Cordão com o qual se prende a alva ao redor da cintura.
§
VÉU UMERAL
- Chama-se também véu de ombros. Manto retangular usado pelo sacerdote sobre os
ombros, ao dar a bênção com o Santíssimo ou ao transportar o ostensório com o
Santíssimo Sacramento.
§
DALMÁTICA
- Veste própria do diácono. É colocada sobre a alva e a estola.
CORES LITÚRGICAS
Dizem respeito à toalha do altar
e do ambão e às vestes litúrgicas. São elas:
§
O BRANCO
- Simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. Usa-se: na Quinta-feira
Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no
Tempo do Natal, nas festas dos santos (quando não mártires) e nas festas do
Senhor (exceto as da Paixão), nas festas e memória da Bem-aventurada Virgem
Maria, dos Santos Anjos, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São
João Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo. É a cor
predominante da ressurreição.
§
O VERMELHO
- Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado: no Domingo
de Ramos e da Paixão, na Sexta-Feira santa, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos, dos Santos mártires e dos Evangelistas.
de Ramos e da Paixão, na Sexta-Feira santa, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos, dos Santos mártires e dos Evangelistas.
§
O VERDE - É a cor da
esperança. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do Senhor
ou dos santos, usa-se então a cor da festa).
§
O ROXO - Simboliza a
penitência. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar nos
ofícios e missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a
se usar o violeta, em vez do roxo, para distinguí-lo da Quaresma, pois Advento
é tempo de feliz expectativa e de esperança, num viver sóbrio, e não de
penitência, como a Quaresma).
§
O PRETO - É símbolo de
luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas celebrações pode-se
usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição.
§
O ROSA - Simboliza
também a alegria. Pode ser usado no 3º Domingo do Advento, chamado
"Gaudete" , e no 4º Domingo da Quaresma, chamado aqui
"Laetare", ambos domingos da alegria.
Na liturgia
toda a pessoa é chamada a participar. Assim, os gestos corporais são também
vivamente litúrgicos. Assim, temos:
-
Estar em pé: é
a posição do Cristo Ressuscitado, atitude de quem está pronto para obedecer,
pronto para partir. Demonstra prontidão para por em prática os ensinamentos de
Jesus.
-
Estar sentado: é
a posição de escuta, de diálogo, de quem medita e reflete. Na liturgia, esta
posição cabe principalmente ao se ouvir as leituras (salvo a leitura do
Evangelho), na hora da homilia e quando a pessoa está concentrada, meditando.
-
Estar ajoelhado: é
a posição de quem se põe em oração profunda, confiante.
-
Fazer genuflexão: faz-se
dobrando o joelho direito até o solo. Significa adoração, pelo que é reservado
ao Santíssimo Sacramento, quer exposto, quer guardado no sacrário. Não fazem
genuflexão nem inclinação profunda aqueles que transportam os objetos que se
usam nas celebrações, por exemplo, a cruz, os castiçais, o livro dos
evangelhos.
-
Prostrar-se: significa
estender-se no chão; expressa profundo sentimento de indignidade, humildade, e
também de súplica. Gesto previsto na Sexta-feira santa, no início da celebração
da Paixão. Também os que vão ser ordenados diáconos e presbíteros se prostram.
-
Inclinar o corpo: é
uma atitude intermediária entre estar de pé e ajoelhar-se. Sinal de reverência
e de honra que se presta às pessoas ou às imagens. Faz-se inclinação diante da
cruz, no início e no fim da celebração; ao receber a bênção; quando, durante o
ato litúrgico, há necessidade de passar diante do tabernáculo; antes e depois
da incensação, e todas as vezes em que vier expressamente indicada nos diversos
livros litúrgicos.
-
Erguer as mãos:
é um gesto de súplica ou de oferta do coração a Deus. Geralmente se usa durante
a recitação do Pai-nosso e nos cantos de louvor.
-
Bater no peito:
é expressão de dor e arrependimento dos pecados. Este gesto ocorre na oração Confesso
a Deus todo poderoso...
-
Silêncio: atitude
indispensável nas celebrações litúrgicas. Indica respeito, atenção, meditação,
desejo de ouvir e aprofundar a palavra de Deus. Na celebração eucarística, se
prevê um instante de silêncio no ato penitencial e após o convite à oração
inicial, após uma leitura ou após a homilia. Depois da comunhão, todos são
convidados a observar o silêncio sagrado.
§
A ÁGUA - A água
simboliza a vida (remete-nos sobretudo ao nosso batismo, onde renascemos para
uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por ela morremos para
o pecado).
§
O FOGO - O fogo ora
queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia da
Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos turíbulos.
O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão simbólica.
É símbolo sobretudo da ação do Espírito Santo.
§
A LUZ - A luz
brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à vida,
como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz
harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se indefinidamente. Uma
pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e destruir,
assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo
Vivo, como no Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da
ressurreição.
§
O PÃO E O VINHO
- Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais do
sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para
significarem o seu próprio sacrifício redentor.
§
O INCENSO
- Como se falou no número 33, com sua especificidade aromática. Sua fumaça
simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe a Deus, ora como louvor, ora
como súplica.
§
O ÓLEO - Temos na
liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos, usados
liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos.
Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos que o
objeto - no caso, o óleo - além de ele próprio ser um símbolo, faz nascer uma
ação, isto é, o gesto simbólico de ungir. Tal também acontece com a água: ela
supõe e cria o banho lustral, de purificação, como nos ritos do Batismo e do
"lavabo" (abluções), e do "asperges", este em sentido
duplo: na missa, como rito penitencial, e na Vigília do Sábado Santo, como
memória pascal de nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos outros,
podemos chamar de "símbolos rituais". A unção com o óleo atravessa
toda a história do Antigo Testamento, na consagração de reis, profetas e
sacerdotes, e culmina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o
verdadeiro Ungido de Deus. A palavra Cristo significa, pois, ungido. No caso, o
Ungido, por excelência.
§
AS CINZAS
- As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para
nós sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza
mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério Pascal.
Não nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo de Ramos do ano
anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito quaresmal das cinzas.
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