
POR UMA ANIMAÇÃO DE TODA A VIDA LITÚRGICA
Mas, em muitas outras paróquias e comunidades, já se avançou mais. O trabalho de equipe é bem mais amplo. Conseqüentemente, as celebrações também são bem mais organizadas, tendo como resultado boa qualidade teológica, espiritual, ritual, pascal, pastoral, participativa.
É que, junto com o padre celebrante, a equipe se sente também “responsável” pela animação de toda a vida litúrgica:
- a celebração da Missa aos sábados e domingos e durante a semana, a celebração dominical da Palavra, a celebração dos demais sacramentos (batismo, crisma, penitência, casamento, unção dos enfermos, ordenação), distribuição da comunhão e outras celebrações com doentes, idosos, presos... celebrações da Palavra, bênçãos, vias-sacras, vigílias, procissões, preparação das celebrações especiais dos tempos fortes do ano litúrgico (Advento, Natal, Quaresma, Semana Santa, Tempo Pascal, festas de Maria, festa do padroeiro...), velórios, Missas de sétimo dia, celebrações em ocasiões especiais, liturgia nos grupos e movimentos da paróquia, etc. (I. Buyst. Equipe de Liturgia. Petrópolis, Vozes, 2000, p. n.º 48). Além do mais, a equipe se responsabiliza também pela formação litúrgica do povo e dos agentes de pastoral, organizando cursos ou encontros, ou dias de estudo sobre liturgia, preparando material formativo e informativo (folhetos, subsídios, apostilas etc.). Trata-se de todo um trabalho de equipe de altíssimo valor – e sumamente necessário – para a vida litúrgica da paróquia e das comunidades.
UMA EQUIPE DE PASTORAL LITÚRGICA
Mas aí alguém poderá perguntar: quem vai dar conta de tanto trabalho? É evidente que tal quantidade de tarefas não deve ficar só nas mãos de poucas pessoas.
Por isso que, em muitas paróquias, hoje já existem dois tipos de equipes de liturgia:
– o primeiro tipo é mais de celebração propriamente dita. Bom mesmo seria que houvesse uma equipe para cada tipo de celebração. Por exemplo, equipe de celebração do batismo, equipe de celebração da Missa das 19h no sábado, equipe de celebração das Missas durante a semana, etc.
– “o segundo tipo é mais de organização, formação e animação geral da vida litúrgica. Poderá ser uma equipe à parte ou formada por um ou dois representantes de cada equipe de celebração” (ibid.). O Documento 43 da CNBB sobre a “Animação da vida litúrgica no Brasil” a ela se refere como a Equipe de Pastoral Litúrgica. Diz ele que, sobretudo na busca de uma Missa sempre bem preparada, “é indispensável ter uma equipe estável de Pastoral Litúrgica, distinta eventualmente das equipes de Celebração. Não há, evidentemente, normas quanto à constituição e ao funcionamento de uma Equipe de Pastoral Litúrgica. As experiências das comunidades são importantes neste ponto. Assim, a Equipe de Pastoral Litúrgica é aquela que, de modo estável, se preocupa com a vida litúrgica da comunidade local, que celebra não somente a Eucaristia, mas também outros sacramentos e sacramentais” (n.º 215). E quem faria parte desta Equipe de Pastoral Litúrgica?
O citado documento da CNBB dá as dicas:
“A equipe há de reunir pessoas que tenham dom e capacidade ou que já exerçam ou gostariam de exercer funções específicas na celebração. O ideal é que ela reflita a assembléia na sua diversificação de idade, sensibilidades e engajamentos nas diversas dimensões da pastoral da igreja. A renovação periódica dos seus membros, para evitar monopólios, cansaço, rotina, e para permitir efetivamente a participação da comunidade, é muito importante” (n.º 216). Quanto às Equipes de Celebração, por sua vez, “além de estarem abertas à participação para um número maior e mais variável de pessoas, podem ser constituídas por grupos definidos, sob a orientação da Equipe de Pastoral Litúrgica. A paróquia terá então as equipes de jovens, dos casais, das catequistas, do quarteirão, do bairro ou do movimento, que vão se revezando na animação das Missas e dos sacramentos” (n.º 217).
A EFICÁCIA DA LITURGIA

Não obstante, a liturgia não tem por fim, direta e nem indiretamente, ensinar, ainda que tenha grande eficácia instrutiva. Com efeito, nem as celebrações são uma sessão de catequese, nem o conjunto da liturgia uma transmissão de verdades ou de princípios morais. A finalidade da liturgia é cultural, atualizadora do desígnio de salvação cumprido em Cristo, mistagógica.
A ação litúrgica é sumamente dinâmica, pois põe em jogo a palavra e o gesto, a contemplação e o movimento, a oração presidencial e o canto comunitário, as atitudes e os símbolos, os tempos e os lugares, as vestes e os objetos, etc. Em tudo isso reside sua eficácia pedagógica.
Não tendo finalidade primordialmente didática, a liturgia não procura ilustrar a inteligência, nem expor idéias, nem arrazoados. Emprega os recursos da intuição, da poesia, do sentimento, procurando criar clima de comunicação entre os componentes da assembléia, e entre estes e o mistério celebrado”.
Dicionário de Catequética, Paulus Editora, 2004
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